
“Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar ... porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação como a idolatria...” (1 Sm 15:22,23).
Obediência ou Submissão?
Já dissemos que, para a implantação do governo de Deus, são necessários dois princípios: submissão e obediência. Quem ler a parábola dos dois filhos em (Mt 21:28-32), pode ter uma idéia da importância desses princípios aplicados na vida cristã. Lá se aprende que a submissão sozinha não destaca o caráter de um filho, e que ela não deve ser só de aparência. Afinal, o primeiro filho parecia ser tão bonzinho, mas não fez o que o pai mandou. O segundo sim, inicialmente foi insubmisso, afrontando a ordem do pai, mas depois se arrependeu e voltou atrás em sua decisão. Primeiro ele manifestou sua vontade - “não irei” - renunciando a ela seguir. No coração, antes de obedecer ele se submeteu. A sua atitude de insubmissão foi apenas exterior, ao contrário do seu irmão. Isto nos faz ver que a submissão e a obediência andam juntas; sendo que a submissão vem na frente, e ambas têm de ser de coração (2Co 10:6; Hb 13:17). Conta-se que uma certa família estava reunida à mesa na hora da refeição, como fazia habitualmente, e o menino mais moço brincava de pé na cadeira, promovendo a maior bagunça. Depois de advertido várias vezes pelo pai, sem resultado, este o tomou pelo braço à força, e sentenciou que aquela era a última vez que falava com ele. Por algum tempo o menino se calou, sentado, de braço cruzados, semblante cerrado, até que, finalmente explicou dizendo: “estou sentado só por fora, mas por dentro continuo de pé”. Esta história ilustra a maneira como se processa o governo no coração de uma pessoa. Ele será exercido de qualquer forma - pela autoridade ou pela força. O ideal é que seja pela autoridade, pois a força só deve ser usada para dar sustentação ao governo, ou algumas vezes, para restaurá-lo. Nunca, porém, para destruir os que se opõem a ele. Esta é a vontade de Deus (1 Tm 2:3,4).
Quando se aceita a obediência como uma experiência normal da vida cristã, deve-se também, entender que ela tem de ser constante. Não se pode obedecer apenas quando se quer, umas vezes sim e outras não. Mesmo que não se possam entender completamente todas as ordens, ou que estas pareçam não fazer sentido. Vamos citar agora dois personagens bíblicos que estiveram envolvidos diretamente com a autoridade. Um obedeceu, outro desobedeceu. O primeiro é Abraão. Quando Deus mandou Abraão sair de sua Terra ele estava com setenta e cinco anos de idade. Essa mobilidade de Abraão teria sentido se ele fosse jovem. Sair de um lugar seguro, onde habitava, largar para trás sua família rompendo laços adquiridos durante anos, é complicado. E tudo em função de uma aventura! Mas Abraão obedeceu a uma voz e partiu sem saber para onde ia (Hb 11:8). Mais tarde, após cumprir a promessa de dar um filho a Abraão, Deus mandou simplesmente matá-lo e oferecê-lo em sacrifício.
Como Abraão teria uma descendência? Novamente, Abraão renunciou à sua vontade, mesmo sem entender direito. Hoje em dia os homens procuram entender as ordens de Deus enquanto a oportunidade de implantar seu governo vai passando. O Segundo personagem é Saul. Num certo episódio ele decidiu não esperar mais pelo sacerdote e ofereceu um sacrifício a Deus, dizendo-se forçado pelas circunstâncias I Sm. 13:12. Saul desobedeceu. Noutra feita, foi-lhe ordenado guerrear contra Amaleque destruindo todos os seus pertences e o seu povo. Novamente Saul usa a razão para contrapor a vontade de Deus e poupa o que considerava ser o melhor do despojo, com a desculpa de que era para oferecer a Deus. Seria, afinal, um grande desperdício - pensou Saul.A Quem Devemos Obedecer?
Poderíamos responder a essa pergunta simplesmente dizendo: “a Deus”. Mas não é tão simples assim. Aliás, esta resposta é tão simplista que faz com que a pergunta pareça tola. Na vida cotidiana observamos pessoas que, para não correr risco algum, obedecem a qualquer um. Isso está errado. Muitos foram desobedientes à Palavra por obedecerem a espíritos enganadores (1 Tm 4:1). Há também os que obedecem com restrições, mas com tantas restrições que também acabam se transformando em “donos da verdade” (Rm 1:25; 2:17-24). Todo cristão deve aprender a reconhecer a autoridade quando se deparar com ela.
Fonte; terradosmilagres.com
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